
Nos grupos onde não há aquilo que Jesus recomendou, oração e vigilância, facilmente os espíritos inferiores conseguem levar o grupo à dissolução, e se desmancham, por assim dizer, todas aquelas estruturas que foram criadas lentamente pelo grupo, no sentido de dar às sessões um condicionamento que favoreça o afastamento das perturbações, das obsessões, que restabeleça o equilíbrio das pessoas. Então, é preciso lembrarmos sempre disso, termos sempre em mente este problema quando nos dirigirmos para o grupo.
No começo das nossas reuniões — as pessoas que acompanharam desde o início se lembram —, nós tínhamos, às vezes, invasões de espíritos perturbadores, espíritos que tomavam quase todos os médiuns da mesa, pois queriam dominar a sessão, tentavam mistificações grosseiras – o início dos trabalhos era o momento daquele ataque agressivo; eles estavam dentro daquela tática de iniciar primeiramente de maneira agressiva, porque essa tática dá resultado imediato. Quando eles desfecham esses ataques, assim, coletivos e agressivos, atacando imediatamente os médiuns, tumultuando os trabalhos, assustando as criaturas, se o grupo não está bem estruturado e se as pessoas que pertencem ao grupo não são capazes de compreender que aquilo é uma ameaça e não, na realidade, uma prova do poder dos espíritos inferiores, que tudo não passa de uma ameaça, uma tentativa de atemorização, se não são capazes disso, o grupo se dissolve logo, porque a turma pensa: "aquele trabalho está uma bagunça, ninguém entende, os espíritos vêm, fazem o que querem, saem quando querem". Eles tentaram isso no nosso grupo, como tentam em todos os grupos.
Depois, eles foram sentindo que aquilo não dava certo, porque não atemorizou ninguém; nós continuamos firmes, não ligamos, aceitamos. Houve uma ocasião em que eu estava sentado aí na ponta da mesa e o espírito chegou a me atrapalhar a voz, me agrediu por traz com tanta violência, que a minha voz titubeou. Eu firmei o pensamento, continuei, a voz se restabeleceu, ele deu uma risada, e nós continuamos o trabalho. Se a gente se atemoriza eles tomam conta. Mas, quando eles percebem que essa tática não deu resultado, que não adianta continuar, mesmo porque eles têm também uma reação mais forte do lado de lá, os espíritos vêem que eles estão causando prejuízos sérios ao trabalho e começam a agir no sentido de afastá-los. Então, eles mudam de tática para evitar isso, evitar a reação, e passam a agir mansamente, subterraneamente, de maneira mais jeitosa para perturbar, criar perturbações. Isto está se passando agora no nosso grupo. Estou falando nisso porque está se passando, está havendo vários pequeninos casos que vão surgindo e que nós sabemos de onde vêm.
Então, é necessário que nós estejamos alertas contra isso, para poder evitar. Quando Jesus recomendou orai e vigiai, Ele nos deu a arma para a defesa contra isso. Ao ler, por exemplo, os livros que tratam do Cristianismo primitivo, nós vemos acontecia isso com os primeiros cristãos, e era muito freqüente. Daí a lição de Jesus, daí o seu ensinamento. Porque um pequeno grupo de trabalho que os cristãos formavam, não tinha naturalmente o nome de Espiritismo, mas era Espiritismo, porque era a própria prática mediúnica; eles oravam e recebiam as comunicações, como nós sabemos, recebiam o espírito, como eles diziam; muitas vezes apareciam espíritos agressivos, que negavam a existência do Messias, a existência de Jesus. Diziam que Jesus era um embusteiro, um charlatão, que descriam de Deus e procuravam criar tumulto nas sessões. A história do Cristianismo primitivo nos mostra isso. E, os livros de Emanuel, lembrando aqueles tempos, fazem referências a isso, a essas situações.
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